domingo, 18 de novembro de 2012

Formação docente: A formação dos professores para o domínio das novas tecnologias


As práticas pedagógicas vêm sofrendo influência em seus métodos de ensino, a partir da inserção das novas tecnologias digitais na escola. É preciso refletir, entretanto, se o corpo docente está de fato, preparado para trabalhar com essas novas tecnologias, de modo que essas venham a trazer contribuições significativas para o processo de ensino aprendizagem.

            Não basta apenas dotar as escolas de novas tecnologias, comprando equipamentos modernos e adaptando os espaços físicos para comportá-los, sem antes, formar e preparar o professor para que ele tire o melhor proveito destas tecnologias que estão a sua disposição.

            Percebe-se a partir da análise de uma das entrevistas realizadas em uma das escolas observadas, que o espaço digital da escola, denominado EVAM (Espaço Virtual de Aprendizagem e Multimídia), é utilizado por professores que não possuem formação específica nessa área, que por sua vez usufruem deste espaço, de forma instrucionista, fazendo uso dos jogos ali disponíveis, que pouco ou quase nada, levam em consideração os conhecimentos prévios do aluno, tão pouco suas áreas de interesse.

            A partir da inserção da cultura digital na escola, novas formas de se realizar o trabalho pedagógico são necessárias, fazendo-se crucial formar o professor para atuar nesse novo contexto, em que as novas tecnologias servem de mediadoras no processo de ensino aprendizagem, e uma vez que as novas tecnologias da informação trazem novas possibilidades à educação, exigindo assim, uma nova postura do educador.

            Para Dertouzos (1995), está nas mãos dos professores a busca de uma nova mentalidade pedagógica. E para isso ele precisa aprender como usar as novas ferramentas para atingir metas mais ambiciosas em termos de conhecimento. As novas tecnologias apresentam recursos importantes para auxiliar o processo de transformação da escola, visando a criação de ambientes de aprendizagem que enfatizam a construção do conhecimento e não a instrução. Usar o computador com essa finalidade requer a análise do que significa ensinar e aprender e rever o papel do professor nesse novo contexto.

            É preciso que o professor compreenda as novas tecnologias, como um facilitador, um aliado no processo de ensino aprendizagem, o que demanda mudanças na sua postura pedagógica, colocando-se como mediador desse novo processo de construção de conhecimento. Rever as diretrizes que regem os cursos de formação docente, também é fundamental, com o intuito de analisar se essas contemplam o uso de novas tecnologias na escola, preparando o professor para esse novo contexto educacional, ou se ainda permanecem engessadas em um paradigma tradicional de ensino.

            Para o MEC (1997, p.4):
 

Capacitar para o trabalho com novas tecnologias de informática e telecomunicações não significa apenas preparar o indivíduo para um novo trabalho docente. Significa, de fato, prepara-lo para ingresso em uma nova cultura, apoiada em tecnologia que suporta e integra processos de comunicação e integração.
 

            De acordo com o MEC, os objetivos da capacitação de professores são: estruturar um sistema de formação continuada de professores no uso das novas tecnologias da informação; preparar professores para utilizar as novas tecnologias da informação de forma autônoma e independente, possibilitando a incorporação das novas tecnologias à experiência profissional de cada um, visando a transformação de sua prática pedagógica.

            Com base nesses aspectos, podemos observar que por mais modernas que sejam as novas tecnologias disponíveis na escola, pouco ou nada essas contribuem para a construção de conhecimento, se o corpo docente não está devidamente preparado para trabalhar de forma significativa com as mesmas, pois do contrário, essas tecnologias limitam-se apenas a tarefa de reproduzir um ensino mecânico, tendo por base o instrucionismo.

 

BIBLIOGRAFIA:

 
MERCADO, Luís Paulo Leopoldo. Formação continuada de professores e novas tecnologias. Maceió, 1999.

Um comentário:

  1. Gurias, belíssimo texto!
    Infelizmente concordo com a observação de vocês quanto a desatualização e/ou despreparo dos professores perante as tecnologias digitais ou até mesmo as ferramentas, tão comuns e usadas nos dias de hoje! Vivemos a era da tecnologia que, a cada dia, se supera, inova, renova. Na educação não é diferente, entretanto, a impressão que tenho, a partir da minha pesquisa e acompanhando também o trabalho dos colegas, é que por mais modernas que sejam as tecnologias disponíveis na escola, muito pouco contribuem para a construção de conhecimento, pois o corpo docente, que seria a base aos alunos, não se encontra preparado para trabalhar de forma significativa com estas ferramentas. Assim, as tecnologias reproduzem um ensino mecanizado, limitado, apenas, a tarefa de reproduzir, não evoluir e ficar inerte no instrucionismo!

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